13 de setembro de 2018

17 de julho de 2017

♥ O sono da Amélia

O SONO DA AMÉLIA
A Amélia dorme... (Ó Maria,
Diz àquela cotovia
Que fale mais devagar:
Não vá a Amélia acordar...)
Tem só um palmo de altura
E nem meio de largura:
Para o amigo orangotango
A Amélia seria... um morango!
Podia engoli-la um leão
Quando nasce! As pombas são
Um poucochinho maiores...
Mas os astros são menores!
A Amélia dorme... Que regalo!
Deixá-la dormir, deixá-la!
Calai-vos, águas do moinho!
Ó Mar! fala mais baixinho...
E tu, Mãe! e tu, Maria!
Pede àquele cotovia
Que fale mais devagar:
Não vá a Amélia acordar...
A Amélia dorme, a Inocente!
Dorme, dorme eternamente,
Teu calmo sono profundo!
Não acordes para o Mundo,
Pode levar-te a maré:
Tu mal sabes o que isto é...
Ó Mãe! canta-lhe a canção,
Os versos do teu Irmão:
"Na vida que a Dor povoa,
Há só uma coisa boa,
Que é dormir, dormir, dormir...
Tudo vai sem se sentir."
Deixa-a dormir, até ser
Uma velhinha... até morrer!
E tu vê-la-ás crescendo
A teu lado (estou-a vendo
Amélia! que menina tão linda!)
Mas sempre sempre dormindo...
Depois, um dia virá
Que (dormindo) passará
do berço, onde agora dorme,
Para outro, grande, enorme:
E as pombas que eram maiores
Que Amélia ... ficarão menores!
Mas para isso, ó Maria!
Diz àquela cotovia
Que fale mais devagar:
Não vá a Amélia acordar...
E os anos irão passando.
Depois, já velhinha, quando
(Serás velhinha também)
Perder a cor que, hoje, tem,
Perder as cores vermelhas
E for cheinha de engelhas,
Morrerá sem o sentir,
Isto é, deixa de dormir:
Acorda e regressa ao seio
De Deus, que é d'onde ela veio...
Mas para isso, ó Maria!
Pede àquela cotovia
Que fale mais devagar:
Não vá a Amélia acordar...
 adaptado de O SONO DO JOÃO António Nobre (De: "Só")



25 de abril de 2016

♥ 25 abril

25 abril 1974
Às 04h26 o locutor Joaquim Furtado fazia a leitura do primeiro comunicado do MFA, aos microfones do Radio Clube Portugues:

"Aqui posto de comando do Movimento das Forças Armadas. As Forças Armadas portuguesas apelam para todos os habitantes da cidade de Lisboa no sentido de recolherem a suas casas, nas quais se devem conservar com a maxima calma. Esperamos sinceramente que a gravidade da hora que vivemos nao seja tristemente assinalada por qualquer acidente pessoal, para o que apelamos para o bom senso dos comandos das forças militarizadas no sentido de serem evitados quaisquer confrontos com as  Forças Armadas. Tal confronto, alem de desnecessario, so poderia conduzir a serios prejuizos individuais que enlutariam e criariam divisao entre os portugueses, o que ha que evitar a todo o custo. Nao obstante a expressa preocupaçao de nao fazer correr a minima gota de sangue de qualquer portugues apelamos para o espirito civico e profissional da classe medica, esperando a sua acorrencia aos hospitais, a fim de prestar eventual colaboraçao, que se deseja, sinceramente, desnecessaria."


19 de abril de 2014

23 de dezembro de 2013

10 de novembro de 2013

♥ Álvaro Cunhal - 10 Nov 1913 - 13 Jun 2005

*Álvaro Cunhal, o homem que recusou ser comum*
Cioso da sua privacidade, e do sentido de verdade, nunca foi homem de paredes de vidro (por herança dos anos de clandestinidade, propósitos de conveniencia politica ou traço de temperamento.), rejeitava o culto da personalidade, sempre recusou colocar uma fotografia sua em cartazes eleitorais, nao gostava de montras mediaticas, nao expunha as companheiras, nem a filha, nem os netos. Mantinha o seu quotidiano recatado. E, no entanto, quem lidava com ele de perto sempre se comove ao lembrar a preocupaçao carinhosa com os outros, que tanto contrastava com a imagem de homem duro: desdobrava-se em atenções, indagava da saúde, do bem-estar, da familia, dos filhos dos camaradas. Um veu de suposta aridez emocional que ocultava um homem cheio de afetos. Estudava certeiro as poucas entrevistas que concedia, sempre se recusou a autobiografar-se, e ate a desmentir os dados fantasiosos que, volta e meia, se insinuavam. E o que nao se sabia ao certo, a comunicaçao social sempre fez questao de realçar, alimentar especulações, insondaveis enigmas. Onde vivia, com quem vivia, que doença o atacava nos últimos anos. Mas ele proclamava a modestia, uma certa obscuridade, vivia na heteronimia (na politica, antes do 25 de Abril, foi Duarte, Daniel, António. e na literatura Manuel Tiago), mas ainda assim ou talvez muito por causa disto se foi criando o mito queCunhal sempre rejeitou. Recusando o culto, reforçou-o. A sua presença fascinava, hipnotizava, ate os guardas da prisao embatucavam quando com ele se cruzavam. Esta tendencia para o disfarce, o segredo, um registo de vida quase espartana, as regras estritas, muito para alem das necessarias, esta contumacia de guardador zeloso e meticuloso da sua vida privada, garantiram-lhe alguns voyeurismos intrometidos. Algumas biografias nao desejadas. Alguns equivocos e perplexidades. Conta-se que, uma vez, lhe organizaram uma festa de aniversario-surpresa, na Soeiro Pereira Gomes.
Alvaro Cunhal recusou-se a apagar as velas, fechou-se num gabinete, o bolo foi recambiado, foram-se desgostosas as camaradas.
A sua obstinaçao pela luta antifascista, desde muito jovem, a abnegada ligaçao ao partido, trouxeram-lhe, para alem da perseguiçao politica, da clandestinidade e do exilio, e das inúmeras separações daqueles que mais amava, algumas desavenças familiares vindo da alta burguesia, Alvaro (filiado no PCP aos 17 anos) nao era filho da classe operaria (o pai era o reputado advogado, republicano e laico Avelino Cunhal, tambem pintor e escritor, a mae católica ferverosa) mas, contavam amigos próximos, gostava de andar pela casa de fato de macaco para desespero materno.
Mercedes Cunhal perdeu tres filhos: um para a politica, dois para a tuberculose. Só 14 anos mais tarde nasceu a irma mais nova, Eugenia, primeira tradutora de Tchekov, em Portugal.
A convivencia com a mae tornou-se fragmentada, ao ritmo dos desaparecimentos politicos, clandestinidades, prisões, isolamentos e exilio. Morreria antes do 25 de Abril, sem jamais o rever. Cunhal saiu de casa com 20 anos, trocou o conforto da alta burguesia, das criadas fardadas, da comida na mesa, pelo regime duro e despojado, imposto aos militantes comunistas, durante a perseguiçao fascista. O homem que gostava de Rembrandt, de Rodin, renunciou ate à sua arte dizse que poderia ter ido muito mais longe, enquanto pintor e escritor por acreditar num dever patriótico e sentido revolucionario ate ao fim. No centenario da sua morte, o PCP organizou uma exposiçao com fotos e factos ineditos, no Terreiro do Paço, com uma comissao de homenagem que inclui os mais altos e dispares vultos, um congresso, uma fotobiografia, e um comicio de homenagem no Campo Pequeno no domingo, 10 de novembro.
*1 - 1937: A primeira prisao
Aos 23 anos, detido pela primeira vez, ja a sua posiçao ja estava bem firmada no PCP. Ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, em 1931 (na mesma data em que se filia no PCP).Designado, enquanto Daniel, lider das Juventudes Comunistas Portuguesas, vai a Moscovo em 1935. Às insurreições operarias que acontecem por todo o Pais, em particular na Marinha Grande (18 de janeiro de 1934) e à Revolta dos Marinheiros (8 de setembro de 1936), o regime de Salazar reage ferozmente. e criado o campo de concentraçao de Tarrafal, para onde e enviado Bento Gonçalves, o entao secretario-geral do PCP (sobrevivera apenas sete anos). Em Espanha, o jovem Cunhal participa, ao lado dos comunistas espanhóis, na luta contra a sublevaçao fascista. Apanhado numa cilada de um provocador infiltrado, e preso pela PVDE (predecessora da PIDE) e sujeito às mais barbaras sevicias: dois meses de incomunicabilidade, espancado a murro e com cavalo-marinho, obrigado a caminhar depois de feridas e inchadas as plantas dos pes. Perdeu os sentidos, levou cinco dias ate dar acordo de si. Em casa, com apenas 10 anos, a irma Eugenia ve a mae a lavar a roupa ensanguentada do irmao, enviada do Aljube. A mae dizia-lhe que eram bichos da cadeia que lhe mordiam. Enviado para Penamacor, na qualidade de "soldado correcio", entrou em greve da fome, por duas semanas, ate ser enviado para o hospital de Coimbra.
*2 - 1942: A reorganizaçao do PCP
Decapitadas as cúpulas do partido, e a Cunhal quem cabe segurar-lhe as redeas. Após nova prisao, da-se a celebre defesa da sua tese sobre o aborto (preparada e concluida na cadeia), que, apesar do arrojo do tema e de um dos arguentes ser Marcello Caetano, foi aprovada com 16 valores. Salazar, na sua falsa neutralidade, apoia Hitler e Mussolini à custa do agravamento das condições de vida dos portugueses. e o tempo das senhas de racionamento, das grandes fomes, da exploraçao dos trabalhadores e do desemprego, das brutais condições de empobrecimento e das grandes greves, tambem. Sao os tempos dos passeios doutrinarios, no Tejo, casas conspirativas flutuantes, com Soeiro Pereira Gomes, Alves Redol e Dias Lourenço.
Depois de solto e na clandestinidade, Alvaro (agora Duarte) assume a liderança partidaria. Com menos de 30 anos, tomava para si as maiores responsabilidades. A partir daqui, o partido torna-se em AC e DC (antes e depois de Cunhal): disciplina reforçada, mais regras, maior rigidez. e ele quem redige o opúsculo Se Fores Preso Camarada, com instruções para os interrogatórios, resistencia à tortura e para nao denunciar nunca.
*3 - Anos 40: A clandestinidade
Nunca se referindo, em particular, às condições em que viveu, Alvaro Cunhal foi deixando pistas, nos seus livros.
Nomeadamente em 5 Dias, 5 Noites (adaptado ao cinema, por Fonseca e Costa, em 1996), sobre a fuga a salto de um jovem citadino por uma fronteira nortenha e a estranha relaçao com o seu rural passador (interpretados por Paulo Pires e Vitor Norte). Mas e sobretudo no romance Ate Amanha, Camaradas (que depois da serie televisiva de Joaquim Leitao se estreara em sala, como filme, a 7 de novembro) que se recolhe alguns fragmentos da vida na clandestinidade destes "revolucionarios profissionais". O livro de Manuel Tiago mostra a fome, crianças de ventre dilatado, mulheres descarnadas, trabalhadores escolhidos como escravos, nas praças de jorna. Quanto aos clandestinos, como se nao lhes bastasse o perigo, a perseguiçao e a prisao sempre iminente, a sobrevivencia era dura, nao tendo, ainda por cima, acesso às senhas de racionamento e ao mercado negro. O livro elucida-nos sobre o quotidiano dos clandestinos: a monotonia das tarefas partidarias, os quilómetros calcorreados de bicicleta, a solidao, o constrangimento das mulheres, tantas vezes confinadas a meras guardias das casas clandestinas, os casais forçados que, sem se conhecerem, tinham de partilhar a cama e rotinas, o absurdo de certas regras conspirativas como ter de fazer a barba todos os dias ou nunca apanhar frutos das arvores.
*4 - 1949: A longa prisao
Aos 35 anos, Cunhal e apanhado na casa clandestina, no Luso, juntamente com Sofia Ferreira e Militao Ribeiro. O pai, Avelino, coloca um anúncio em código no jornal, para advertir o partido de que Duarte (o nome que entao usava) estava preso. Ja nao o torturaram nao valia a pena. Mas pensa-se, e este ainda foi um dado pouco explorado pelos historiadores, que a PIDE tinha a intençao de eliminar Cunhal, no momento. Se nao o fez, entao, tentou que soçobrasse por força de uma das mais inclementes provações carcerarias. Indicio disso sao as cartas com inventarios dos seus bens, agora reveladas na Fotobiografia das Edições Avante!, admitindo a hipótese de morrer.
Entre elas, um comovente pedido ao diretor da penitenciaria, solicitando apanhar um ramo de flores dos jardins da cadeia para serem entregues à mae aniversariante. Mantiveram--no oito anos incomunicavel, numa cela de dois por quatro metros, na Penitenciaria de Lisboa, sem papel sequer para tomar apontamentos e preparar a sua defesa em julgamento.
Militao Ribeiro sucumbiria, vitima das crueis condições prisionais: uma foto revela o seu corpo num estado de subnutriçao impressionante. Entretanto, Cunhal elabora a sua longa defesa, recorrendo a um metodo de memorizar e projetar mentalmente os tópicos, no lajedo da cela. A defesa terminaria assim: ". entao que se sentem os fascistas no banco dos reus, entao que se sentem no banco dos reus os atuais governantes da naçao e seu chefe Salazar." e perante o tribunal plenario que se declara "filho adotivo da classe operaria". Após o julgamento, atenuado o regime de privações, dedica-se, tenazmente, à pintura (sao desta epoca os famosos Desenhos de Prisao), traduz o Rei Lear, de Shakespeare, escreve Ate Amanha, Camaradas, e 5 Dias, 5 Noites e A Arte, o Artista e a Sociedade. O trabalho, o estudo, a arte tornam-se forma de resistencia. Entretanto, a figura de Alvaro Cunhal ganha contornos internacionais, Neruda dedica-lhe o poema A Lâmpada Marinha, Jorge Amado apela do outro lado do Atlântico, chovem pedidos de amnistia. Alvaro Cunhal torna-se uma personalidade maior. Porventura, maior ate que o próprio partido.
*5 - 1960: A grande evasao
A mais ousada fuga coletiva das prisões politicas portuguesas nao só constituiu um reforço das cúpulas do PCP (entre os dez fugitivos do forte de Peniche estavam alguns dos seus mais altos dirigentes), como dela resultou uma grande humilhaçao de Salazar. Alem de um enorme gaudio nas parangonas do Avante!. Nas barbas do regime, da inexpugnavel fortaleza, uma das mais bem guardadas prisões do fascismo (Cunhal tinha sido para ai transferido em 1956), graças a uma articulaçao metódica, aos pormenores estudados com a pericia de relojoeiro, conexões ca fora, cumplicidade de um guarda, la dentro, um carcereiro narcotizado e uma dose imensa de coragem, dez presos evadem-se. Nas celas vazias, ficou a tocar a Sinfonia Patetica, de Tchaikovsky. A aura de Cunhal cresceu ainda mais ate à sua dimensao lendaria. Tanto que, na descida, atraves de uma corda, pelas dezenas de metros das muralhas, Cunhal traz consigo, como Homero ou Camões, escondidos num colete fabricado para o efeito, os manuscritos de Ate Amanha Camaradas (na altura, ainda intitulado A Mulher do Lenço Preto na fuga acabou por se perder uma das partes, que o autor mais tarde reconstituiu). Tambem nesta fase se abre uma porta na vida familiar. Escondido numa casa clandestina, no Penedo, Sintra, Alvaro Cunhal, entao com 47 anos, conhece Isaura Moreira, com 18, que seria a mae da sua única filha, Ana (nascida a 25 de dezembro do mesmo ano). Em março de 1961, Cunhal e eleito secretario-geral do partido e parte, em seguida, para o exilio. A familia instala-se na capital sovietica, ate se separarem, em 1965.
Isaura e Ana viajam para Bucareste. Isaura trabalha na Radio Portugal Livre e Ana recebera frequentes visitas do pai. Ana tera dois filhos com quem o avô mantera muito afetuosas relações (apesar das distâncias: viviam entre a casa do pai, na Australia, e a da mae, na Belgica). Mais tarde, nasce um terceiro neto de Cunhal de um outro relacionamento de Ana Jonas de Ro, internacionalmente conceituado artista plastico, que viveu em Berlim e agora em Londres, e que tem ligações a Hollywood, nomeadamente atraves do blockbuster Cloud Atlas.
*6 - 1961: O Exilio
A resistencia organiza-se, agora, a partir do estrangeiro. Define-se a estrategia do PCP para o derrube do fascismo e instalaçao de um regime democratico, em Portugal.
Cunhal estabelece contactos com os principais lideres do movimento comunista internacional, aprofunda relações, pontes politicas com a restante oposiçao antissalazarista (agregando socialistas, liberais, católicos, republicanos e monarquicos) dao-se em Argel e Praga as celebres reuniões com Humberto Delgado, e com os movimentos de libertaçao das colónias.
Por outro lado, aumenta o seu comprometimento com a linha pró-sovietica. Publica o famoso documento Rumo à Vitória, no qual, em oito pontos, estabelece as prioridades para um Portugal democratico: "Destruir o fascismo; liquidar o poder dos monopólios; realizar a reforma agraria; elevar o nivel de vida dos trabalhadores; democratizar a instruçao e cultura; libertar Portugal do imperialismo; direito à imediata independencia das colónias; seguir uma politica de paz e amizade com todos os povos."
*7 - 1974: O 'Dia Inicial'
O dia 25 de abril apanha-o em Paris. A disciplina impõe-se à emoçao e nao o faz desmarcar uma reuniao. O último Avante! clandestino, de abril de 1974 alias, com um grafismo notavel tem tres parangonas inesqueciveis: "Escalada da Tortura"; "Nao Dar Treguas ao Fascismo"; "Aliar à Luta Antifascista os Patriotas das Forças Armadas". Nesse mesmo dia, a comissao executiva do PCP apela ao povo para "que se una e lute para que o fascismo seja liquidado para sempre e instauradas as liberdades democraticas! Para que cesse imediatamente a guerra colonial e acabe o colonialismo! Para que Portugal se liberte do dominio dos monopólios e do imperialismo estrangeiro!". Alvaro Cunhal tem direito a uma receçao calorosa, a 30 de abril, no aeroporto de Lisboa: as suas primeiras palavras, aos microfones das radios e televisao, sao: "Confiança, confiança." Ao fim de 40 anos de luta, prisões, privações, clandestinidade e exilio, Eugenia Cunhal deixa-se ficar atras da multidao: o último abraço pertence-lhe. Soares tambem la esteve: "Cunhal entre um soldado e um marinheiro, em cima de um tanque lembrava Lenine, no seu regresso." Da Portela segue diretamente para uma reuniao com Spinola, ovacionado nas ruas. O general do monóculo, Presidente da Junta de Salvaçao Nacional, disse-lhe que o Avante! deveria sair sem a foice e o martelo e sem se intitular órgao central do PCP. Ao que Cunhal responde: "Nao sei como e que vao fazer isso, nem a PIDE conseguiu." A cena do soldado e do marinheiro repetirse-a num 1.º de Maio estrondoso de aclamaçao popular, no entao estadio da FNAT, em Alvalade, quando Soares e Cunhal se voltam a encontrar, ja com alguma frieza. Nas decadas que se seguiram, ate hoje, e reconhecida ao PCP a preocupaçao com o estrito cumprimento da lei e respeito institucional. Tera sido uma herança deAlvaro Cunhal, que nunca tentou chegar ao poder pela via nao legal, como se chegou a insinuar. Dizem que a irredutibilidade dele liquidou o partido e a sua força eleitoral: ha quem defenda exatamente o contrario. No entanto, nunca perdoaria as dissidencias.
*8 - 1992: Passagem de testemunho
Alvaro Cunhal quis correr, ele mesmo, a cortina do seu próprio espetaculo, embora nunca se tenha retirado verdadeiramente da politica. Com 79 anos, 31 de secretario-geral, rende a guarda. Sucede-lhe Carlos Carvalhas, no XIV Congresso, em Almada. Para o acolher e criado um cargo especial: o de presidente do Conselho Nacional. O último discurso, enquanto lider, dura duas horas e, no final, e aplaudido durante mais de tres minutos. Ha lagrimas na assistencia. "Passei uma dúzia de anos na prisao, 11 seguidos e oito completamente isolado numa cela, isto e muito duro mas houve companheiros meus que estiveram mais de 20 anos presos. Fui torturado quase ate à morte, mas o certo e que houve alguns mortos na tortura, porque se recusaram a fazer declarações. Estive mais de 10 anos clandestino, mas houve camaradas meus que estiveram mais de 20, mais de 30, a ser perseguidos pela policia, sem nunca desistir da luta pela liberdade em Portugal."
*9 - 1994: Autoria
Se dúvidas restassem ficou eliminado o tabu literario. Cunhal assume a autoria de todas as obras assinadas com o pseudónimo Manuel Tiago. Logo em dezembro de 1975, foi editado Ate Amanha, Camaradas, com uma nota inicial em que se esclarecia que o original datilografado fora encontrado no meio de um arquivo, com uma pequena folha apensa e agrafada, onde se lia, "em rabisco apressado, o nome de Manuel Tiago, pseudónimo, de certeza. Foram consultadas pessoas que poderiam dar, eventualmente, indicações, conduzindo à identificaçao.
Sem resultado.
O autor fica assim merecendo o titulo de 'homem sem nome', tal como as personagens do seu livro". Esta foi a mais ambigua e discutida das suas ficções. Sendo um romance neorrealista, transgride-lhe as regras: nao se limita ao retrato e à denuncia das condições de vida do proletariado e camponeses.
Pelo contrario, o foco desvia-se para o duro quotidiano dos militantes comunistas na clandestinidade, as fugas, as prisões, a morte, as provações e privações. Mesmo assim, Cunhal continuou sempre a negar que aquelas circunstâncias narradas se baseassem em experiencias pessoais baseavam-se sim, dizia, nas vivencias compósitas de inúmeros camaradas.
Manuel Gusmao afirma estarmos "perante um dos poucos romances de herói coletivo da literatura portuguesa". Urbano Tavares Rodrigues nao hesitou em coloca-lo na prateleira das obras maiores do neorrealismo.
*10 - 2005: A Morte
A morte de Alvaro Cunhal, ja bastante debilitado, e de visao muito diminuida, embora ainda lúcido, e anunciada pelo Comite Central do PCP com "profunda magoa e emoçao", às 5 horas e 54 minutos do dia 13 de junho de 2005. Dois dias depois, realiza-se um funeral de Estado. Decretou-se o luto nacional, e milhares de pessoas, em cortejo fúnebre, percorreram, durante mais de duas horas, a avenida desde a Praça do Chile ate ao Alto de Sao Joao. Agitavam-se cravos, muitas bandeiras vermelhas e palavras de ordem, jorravam muitas lagrimas e a consternaçao era visivel. Foi a sua última grande manifestaçao de massas. Antes de a urna entrar no forno crematório, entoaram-se a Internacional e o Hino Nacional.

31 de março de 2013

1 de janeiro de 2013

8 de março de 2012

♥ Ser Mulher


MULHER... Semente...
SER-mente...
SER que faz gente,
SER que faz a gente.

MULHER...
SER guerreiro, guerrilheiro, lutador...
multimídia, multitarefa, multifaceta, multi-acaso...
multi-coração...

MULHER...
SER que dá conta,
que vai além da conta,
que multiplica,
divide, soma e subtrai, sem perder a conta,
sem se dar conta, de que esse século foi seu parto,
na direção de seu espaço,
de seu lugar de direito e de fato,
de seu mundo que lhe foi usurpado e que agora é por ela ocupado.

MULHER...
Esse SER florado,
esse SER adorado,
esse SER adornado,
que nos poem em um tornado,
nos deixa saciado e transtornado,
que nos faz explodir e sentir extasiado.
SER admirado...

MULHER...
Nesse final de milênio, faça a transição.
Tire de seu coração a semente que vai mudar toda a gente
levando o mundo a ser mais gente...
Um mundo mais feminino,
mais rosado e sensibilizado,
mais equilibrado e perfumado...

PARABÉNS MULHER!!!
Não pelo oito de março,
nem pelo beijo e pelo abraço,
nem pelo cheiro e pelo amasso.
Mas por ser o que és...
Humus da humanidade,
Raiz da sensibilidade,
Tronco da multiplicidade,
Folhas da serenidade,
Flores da fertilidade,
Frutos da eternidade...
Essência da natureza humana.

Parabéns... mulher.

(Miriam Zelikowski)



23 de fevereiro de 2012

♥ José Afonso


Aveiro, 2 de Agosto de 1929 — Setúbal, 23 de Fevereiro de 1987

2 de fevereiro de 2012

♥ Dia da Candelária

 


Lembrando a minha mãe, um poema de Antonio Gedeão:
A MÃEZINHA
A terra de meu pai era pequena
e os transportes difíceis.
Não havia comboios, nem automóveis, nem aviões, nem misséis.
Corria branda a noite e a vida era serena.

Segundo informação, concreta e exacta,
dos boletins oficiais,
viviam lá na terra, a essa data,
3023 mulheres, das quais
45 por cento eram de tenra idade,
chamando tenra idade
à que vai do berço até à puberdade.

28 por cento das restantes
eram senhoras, daquelas senhoras que só havia dantes.
Umas, viúvas, que nunca mais (oh! nunca mais!) tinham sequer sorrido
desde o dia da morte do extremoso marido;
outras, senhoras casadas, mães de filhos
(De resto, as senhoras casadas,
pelas suas próprias condições,
não têm que ser consideradas
nestas considerações.)

Das outras, 10 por cento,
eram meninas casadoiras, seriíssimas, discretas,
mas que por temperamento,
ou por outras razões mais ou menos secretas,
não se inclinavam para o casamento.

Além destas meninas
havia, salvo erro, 32,
que à meiga luz das horas vespertinas
se punham a bordar por detrás das cortinas
espreitando, de revés, quem passava nas ruas.

Dessas havia 9 que moravam
em prédios baixos como então havia,
um aqui, outro além, mas que todos ficavam
no troço habitual que o meu pai percorria,
tranquilamente no maior sossego, às horas em
que entrava e saía do emprego.

Dessas 9 excelentes raprigas
uma fugiu com o criado da lavoura;
5 morreram novas, de bexigas;
outra, que veio a ser grande senhora,
teve as suas fraquezas mas casou-se
e foi condessa por real mercê;
outra suicidou-se
não se sabe porquê.

A que sobeja
chama-se Rosinha.
Foi essa que o meu pai levou à igeja.
Foi a minha mãezinha.

1 de janeiro de 2012

13 de dezembro de 2011

♥ HSJ 15 Dez 2011


13 Dezembro - Santa Luzia


15 Dez 2011 (será desta vez?)


*Descolamento de Retina*
A retina é uma camada presente no fundo do olho composta por células nervosas responsáveis por transformar a energia luminosa do meio externo em energia elétrica, sendo esta transportada para o cérebro através do nervo óptico aonde será formada a imagem e com isto a visão.
Descolamento de Retina é uma enfermidade que a retina se separa da parede posterior do olho ficando assim sem nutrição e iniciando um processo de degeneração celular.

Existem 3 tipos de descolamento de Retina:

*1. Decolamento de Retina Regmatogênico fig. 1, abaixo.
Ocorre devido a passagem de líquido vítreo do centro do olho para debaxo da retina através de uma rotura ou buraco de retina, fig. 1, abaixo. É o tipo mais comum de descolamento de retina

*2. Descolamento de Retina Exsudativo
Neste caso nao ha a presenca de rotura ou buraco de retina. Ocorre da mesma forma acúmulo de líquido sob a retina, contudo este provem de outra estrutura ou região debaixo da retina. As causas mais comuns são tumores e processos inflamatórios

*3. Descolamento de Retina Tracional
Este tipo de descolamento geralmente ocorre devido a tração "puchamento" exercido sobre a retina geralmente realizado por tecido fibrovascular dentro da cavidade vítrea. A causa mais comum nestes casos é o acometimento ocular pelo diabetes contudo doenças inflamatórias ou a própria Retinopatia da Prematuridade pode ser a causa

Em relação ao Descolamento de Retina Regmatogênico, normalmente a retina não apresenta nenhum buraco ou rotura em toda a sua extensão, contudo se este aparecer haverá a propensão de que líquido presente dentro do olho, vítreo liquefeito, penetre por este buraco ou rotura indo se acumular sob a retina gerando o DR.

A causa mais comum das roturas ou buracos de retina, é o descolamento de vítreo posterior relacionado com a idade. Entretanto o vítreo pode se descolar de forma traumática como por exemplo quando o paciente tem um trauma no olho.
Devido a maior parte das roturas de retina ocorrerem na periferia da retina quando o descolamento de retina se inicia o paciente notará o aparecimento de uma mancha negra de um dos lados da visão e como a tendência é de progressão do descolamento esta irá ficar cada vez maior até o indivíduo ter um comprometimento grave visual que é quando a macular, regiao central da retina responsável por visão de detalhes fica comprometida. Alguns pacientes relatam ainda aparecimento de uma "cortina negra na visão#
Se uma rotura ou buraco de retina é decoberta antes dos DR ocorrer, ela pode ser tratada antes da retina descolar e o tratamento mais utilizado é através de laser, entretanto pode ser realizado crioterapia que significa um congelamento da regiao. O laser provoca queimaduras ao redor da rotura que posteriormente cicatriza e com isso impede que ocorra entrada de liquido de dentro do olho para debaixo da retina através da rotura. O tratamento do achado, rotura de retina ou buraco de retina, vai depender da avaliação e indicação do médico oftalmologista.

Infelizmente, alguns casos assim que desenvolvem descolamento de vítreo posterior já iniciam o descolamento de retina e algumas vezes o Descolamento de Vítreo Posterior não gera sintoma algum e por isto o paciente não procurara o oftalmologista. Portanto, muitos pacientes se apresentará com descolamento de retina no primeiro exame necessitando de tratamento cirúrgico.

*Tratamento do Descolamento de Retina*

O tratamento do Descolamento de Retina só pode ser realizado com cirurgia. Felizmente, aproximadamente 90% dos descolamentos de retina podem ser tratados com somente uma cirurgia. Atualmente existe 3 tipos de cirurgia para tratamento do Descolamento de Retina, que são retinopexia pneumática, introflexao escleral e Vitrectomia Posterior.
Cabe a seu cirurgiao de retina optar de acordo com o tipo de descolamento e configuração do mesmo sobre a melhor técnica cirúrgica a ser adotada.

*1. Retinopexia Pneumática.
Certos descolamento de retina regmatogêncio se desenvolvem devido a pequenos buracos ou roturas na região superior do olho que é quando este procedimento pode ser realizado. Esta cirurgia é realizada injetando-se dentro do olho uma certa quantidade de gás para que este obstrua o buraco ou a rotura da retina impedindo a passagem de líquido por ele e com isso propiciando resolução do descolamento. Para selar a rotura ou buraco pode ser realizado a crioterapia antes da injeção de gás ou pode ser realizado laser após a resolução do descolamento de retina.

O gás fica dentro do olho de 30-60 dias e é absorvido pelo próprio organismo, contudo o paciente não deve viajar para altas altitudes pois o mesmo tem a capacidade de se expandir aumentando assim a pressão do olho. Neste tipo de cirurgia o paciente tem que ficar em uma determinada posição segundo orientação médica por aproximadamente 2 semanas. Se a retina não reaplicar com este tipo de técnica então faz-se necessário ou a realização de introflexão escleral ou vitrectomia pars plana.

*Introflexão Escleral

A cirurgia de introflexão escleral ainda é amplamente utilizada nos dias de hoje ou de forma isolada ou associada a vitrectomia posterior. Esta cirurgia tem a finalidade de se suturar ao redor do olho um segmento composto de silicone a fim de que ele fique posterior a todas as roturas que geraram o descolamento de retina. Já no intraoperatório mesmo antes de suturar o elemento introflexor é realizado a crioterapia próximo a rotura para que quando a retina se aplicar a rotura ficar selada.

*2. Vitrectomia Posterior
Geralmente ela é referida como "Vitrectomia Pars Plana". Nos últimos anos esta técnica cirurgica passou por extreme avanço e ultimamente tem sido amplamente usada para tratamento de certos tipos de descolamento de retina. Esta técnica consiste na realização de pequenas incisões na parede anterior do olho para a introdução de instrumentos dentro do olho. O primeiro passo da cirurgia é a remoção do vítreo de dentro do olhocom um instrumento que corta o vítreo e o aspira ao mesmo tempo. Após dependendo do tipo e a causa do descolamento vários outros instrumentos são introduzidos como (tesoura, pinça, laser, e etc) e procedimentos outros são realizados como (excisão de tração, troca fluido-gasosa, injeção de óleo de silicone dentro do olho, e etc, tudo isto usado a critério do cirurgião com o objetivo de facilitar e potencializar a reaplicação da retina. Neste tipo de cirurgia é importante a manutenção da posição da cabeça conforme solicitação do medico para ajudar na aplicação da mesma.

*Resultado cirúrgico

A percentagem de reaplicacao da retina é variável pois obedece uma série de variantes como idade do paciente, tipo de descolamento, tempo de descolamento, posição e numero de roturas, presença de alta miopia e etc. Quando o médico elege primeiro um dos 3 procedimentos acima e a retina não é aplicada, pode repetir ou revisar a mesma técnica ou lançar mão de outro procedimento ou uma associação dos mesmos Algumas vezes a introflexao escleral é associada a Vitrectomia Pars Plana se a retina não for aplicada com o primeiro tipo de cirurgia escolhida ou se a retina redescola após ter sido reaplicada com sucesso. Quando ocorre redescolamento este geralmente é devido ao desenvolvimento de tecido cicatricial na superfície da retina e a forcas tracionais de dentro do vítreo.
Portanto, nao há uma cirurgia somente ou um método único para a reparacao do descolamento de retina e todos os procedimentos disponíveis podem ser usados em diferentes combinações e seqüências dependendo da situação específica.

http://www.institutoderetina.com.br/

31 de agosto de 2011

♥ Onde está Kadhafi?


Já é oficial. Kadhafi está em Espinho.
O Coronel escolheu Espinho "por ser a Rainha da Costa Verde, por ter a maior concentração de tendas de Portugal e por ter encontrado alguém que, tal como ele, também gosta de farturas"
Kadhafi irá participar nos "Ernestos 2011".


27 de julho de 2011

22 de maio de 2011

♥ Dia da Mãe 2011 presentinhos


presentinhos de Dia da Mãe que recebi












a todos MUITO OBRIGADA!

1 de janeiro de 2011

Feliz 2011




Querida amiga Rosamaria

Mais um ano transcorreu no tempo da vida...
Todos nós nele caminhamos pelas ruas da vida...
Caminhamos, ora sós, cheios de dor, de mágoas, de irritações, de sonhos não vividos.

Caminhamos, ora de mãos dadas com a esperança, com a alegria, com a fé, com a confiança nas realizações pretendidas e conquistadas.

Caminhamos todos juntos: semeando, colhendo, orando, olhando, vivendo.

Caminhamos tristes, felizes, derrotados, vitoriosos.

Ganhamos amigos e outros foram caminhar em ruas diferentes daquelas pelas quais costumamos fazer nossas incursões.

Todos, no entanto, deixaram bem edificados em nosso coração algum bem eterno.

Ainda ouvimos o soar das guerras, das catastrofes, dos egoísmos, das vaidades, das ambições, das discriminações, das grandes diferenças sociais...

Um novo tempo , vem apontando no horizonte.

Que nele todos nós possamos entrar com a alma verdadeiramente nova; fazendo com que o brilho da vida aconteça: não importando-se com velha ou nova linguagem, mas que principalmente pelas ruas da vida possamos caminhar reforçando as antigas e lindas canções da amizade já construídas; formando novas e belas canções de amizades vindouras .

E , sempre e sempre, deixando a porta do coração aberta para que:
das tristezas possamos fazer conquistas;
das derrotas possamos fazer aprendizado;
do aprendizado possamos crescer e todos juntos caminharmos em direção à paz, à igualdade, à fraternidade.

Que o novo ano seja verdadeiramente novo, não pelo calendário que o diz ser assim; mas sim pelo novo ano a ser feito pela alma nova, renovada de esperança, renovada de confiança, renovada de sonhos, renovada de Amor.

São os meus desejos carinhosos para você e sua família em 2011!
Obrigada por sua presença em minha vida em 2010 e pretendo, com sua permissão, continuar
a seu lado no novo ano que se inicia.
Receba meu abraço carinhoso

Cleo Dutra

21 de dezembro de 2010

1 de dezembro de 2010

Dia Mundial de Luta Contra a SIDA


1 Dezembro - Dia Mundial de Luta contra a SIDA

13 de outubro de 2010

13 Outubro 2010

Parabens Nany!!!

6 de outubro de 2010

HSJ Quarto F - Outubro 2010

Hospital de S. Joao - Porto - 6 a 11 Outubro de 2010
Minhas colegas do quarto F, Natalina e Rosalina. Rapidas melhoras para voces.



Santa Luzia



2 de setembro de 2010

4 de agosto de 2010

Habemus accordum



Palavras para quê? sao artistas portugueses a tramar o zé povinho...




12 de julho de 2010

Coincidências...

Coincidencias...

Será que é uma mera coincidência? Estava eu a pensar...
A minha gata dorme em média 20 horas por dia. Ela tem toda a comida preparada. Pode comer qualquer coisa que lhe apeteça. A comida é-lhe dada sem custo.
Vai ao veterinário uma vez ao ano, ou quando necessário, sempre que algum mal lhe aparece. E não paga nada por isso, e nada lhe é pedido.
Mora numa zona central, com boa vizinhança e numa casa que é muito maior do que ela necessita, mas não precisa limpar nada. Se ele fizer porcaria, alguém limpa.
Escolhe os melhores lugares da casa para fazer a sua soneca, e recebe essas acomodações completamente grátis.
Vive como uma rainha e sem que isso lhe acarrete qualquer despesa extra. Todos os seus custos são pagos por outras pessoas que tem de sair de casa para ganhar a vida todos os dias.
Eu estive a pensar sobre isto, e de repente veio-me à ideia a resposta...

PQP!!!... A minha gata é deputada!!!



já agora se quizerem deixar um voto no FACEBOOK:

http://apps.facebook.com/iamscat/catDetail.php?catId=1315314612
é so clicar na 5ª estrelinha.
obrigada

3 de junho de 2010

Abilio, estás pronto?

24 Set 1909 - 3 Jun 2010
Abilio, estás pronto?



2 de maio de 2010

25 de abril de 2010

Os Vampiros



Apesar de já terem passado 36 anos, cada vez ha mais vampiros

OS VAMPIROS

No céu cinzento sob o astro mudo
Batendo as asas Pela noite calada
Vêm em bandos Com pés veludo
Chupar o sangue Fresco da manada

Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhes franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada [Bis]

A toda a parte Chegam os vampiros
Poisam nos prédios Poisam nas calçadas
Trazem no ventre Despojos antigos
Mas nada os prende Às vidas acabadas

São os mordomos do universo todo
Senhores à força Mandadores sem lei
Enchem as tulhas Bebem vinho novo
Dançam a ronda No pinhal do rei

Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada

No chão do medo Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos Na noite abafada
Jazem nos fossos Vítimas dum credo
E não se esgota O sangue da manada

Se alguém se engana Com seu ar sisudo
E lhe franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada

Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
(Zeca Afonso)